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Sexta-feira, 24 de Novembro de 2006

As mulheres não vão desistir

“As mulheres não vão desistir, nem aqui nem em nenhum lado”, um cântico numa manifestação de mulheres em Oaxaca, 7 de Novembro de 2006.

 

As pessoas do estado de Oaxaca estão sob ataque do governo mexicano: nas ruas estão 10,000 polícias, 3,500 polícias anti-motim com bastões, e a apoiá-los há 3,000 polícias militares munidos com armas automáticas. 5,000 militares estão à espera fora da cidade, enquanto um número desconhecido de paramilitares apoiados pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI) andam ainda a disparar.

 

Tudo começou a 14 de Maio de 2006, quando 70 mil professores de Oaxaca entraram em greve com um grande apoio popular da cidade. A greve não terminou. Em vez disso o governador de Oaxaca, Ulises Ruiz Ortiz, mandou a Polícia Federal Preventiva (PFP) acabar com os protestos. Tiveram que lidar com uma resistência feroz por parte dos professores bem como dos cidadãos de Oaxaca. Esta situação levou a uma intensificação da violência e da repressão governamentais, o que não intimidou a população civil: homens, mulheres e crianças vieram para as ruas, em defesa da sua terra, da sua dignidade, e de um futuro democrático; eles montaram barricadas e enfrentaram a PFP com paus, pedras e camiões. As mulheres fizeram e distribuíram máscaras contra os ataques de gás lacrimogéneo, feitas a partir de pensos higiénicos.

 Mulheres em Oaxaca

O número aproximado de detidos, até agora, é de 85. Cerca de 34 pessoas desapareceram e 15 foram mortas por forças policiais ou paramilitares. De facto, todos os dias há numerosos actos de agressão a membros da APPO, das suas famílias e apoiantes. As mulheres são especialmente atingidas, como se viu nos ataques em Atenco, em Maio de 2006, onde as mulheres foram procuradas e violadas pela PFP. Muitas mulheres de Oaxaca estão actualmente detidas, por causa dos seus actos de resistência. Numa carta de oito prisioneiras políticas detidas em Chiconautla

e Santiaguito, elas dizem que, “Eles ensinaram-nos a unir todas as lutas.”

 

A 7 de Novembro de 2006, 5,000 mulheres vieram para as ruas pedindo a demissão do governador de Oaxaca, Ulises Ruiz Ortiz, a libertação de todos os prisioneiros políticos, e o retorno dos desaparecidos. As mulheres confrontaram a polícia gritando “Assassinos!” e a polícia respondeu disparando canhões de água contra elas.

 

Tal como as mulheres de Oaxaca resistem heroicamente aos massacres do governo mexicano contra o seu povo e o tomada da sua terra, noutro ponto do mundo, também as mulheres palestinianas resistem: a 3 de Novembro de 2006, as forças de ocupação israelitas, cercaram cerca de 70 combatentes da resistência palestiniana numa mesquita em Beit Hanoun, Palestina. Em resposta, aproximadamente 1500 mulheres palestinianas desarmadas, desafiaram o recolher obrigatório e caminharam da povoação próxima de Beit Lahiya até à mesquita em Beit Hanoun. Romperam um cordão israelita de tropas e tanques, gritando aos militares israelitas para abandonarem Gaza. Elas rodearam a mesquita e algumas mulheres entraram e levaram roupas para disfarçar os homens da resistência. As forças de ocupação israelitas disparam contra o grupo, matando duas mulheres palestinianas. Uma morreu no local, outra morreu depois no hospital. 17 mulheres ficaram feridas, quando as tropas de Israel dispararam contra a multidão de mulheres desarmadas. Esta acção das mulheres palestinianas conseguiu a libertação de 70 combatentes da resistência palestiniana.

 Mulheres na Palestina

A contagem de mortos em Beit Hanoun, durante a semana deste cerco, ultrapassou as 90 pessoas, e mais de 300 palestinianos foram feridos.

 

“A lição que o mundo tem de aprender com a semana passada em Beit Hanoun é que nós palestinianos nunca iremos abandonar as nossas terras, cidades e vilas. Não vamos abdicar dos nossos direitos por um pedaço de pão ou por uma mão cheia de arroz. As mulheres da Palestina irão resistir a esta monstruosa ocupação que nos é imposta com armas apontadas, cercos e fome. Os nossos direitos e os das nossas gerações futuras não são negociáveis. Quem quiser a paz na Palestina e na região, tem de dirigir as suas palavras e sanções ao ocupante, não ao ocupado, ao agressor, não à vítima. A verdade é que a solução está em Israel, no seu exército e nos seus aliados – não nas mulheres e crianças palestinianas.” – Jameela Al Shanti é membro eleito do Conselho Legislativo Palestiniano do Hamas e ajudou a organizar e liderar um protesto de mulheres contra o cerco de Israel em Beit Hanoun, a 3 de Novembro de 2006.

 

Para mais informação ver:

 

www.oaxacarevolt.org

www.onepalestine.org

 

 

Texto publicado em http://www.fileden.com/files/2006/7/6/111531/OaxacaPalestineflyer2.pdf . Traduzido por Alexandre Leite.

publicado por Alexandre Leite às 23:49

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Quinta-feira, 5 de Outubro de 2006

Acampamento pela dignidade e contra a repressão em Oaxaca

Comunicado emitido por organizações da sociedade civil de Oaxaca:

 

 

Acampamento pela dignidade e contra a repressão em Oaxaca

72 horas pela Paz

 

 

 

 

Desde que começou o conflito oaxaquenho, apesar das graves arbitrariedades a que foi sujeita a população, ainda não se tinha sentido tanto medo que o conflito se resolvesse com recurso ao uso da força indiscriminada e sem sentido, como agora.


       O discurso do governo nos últimos dias deixa antever que há um novo reposicionamento, para obter o controlo do conflito e contê-lo, de modo a que as pessoas comecem a aceitar que não haverá destituição nem renúncia de Ulisses, e que deverá ser sob a actual estrutura de governo que se comece a desenvolver o que se tem chamado de uma Nova Reforma do Estado.

O governo instalou a primeira fase de uma operação que se baseia na intimidação da população para a persuadir a não continuar a luta pela justiça.

Desde a semana passada tem havido acções aéreas das forças armadas, mobilização dos integrantes da PFP [Polícia Federal Preventiva], do exército e da marinha, como preparativos para a intervenção em Oaxaca.

As organizações sociais abaixo-assinadas e integrantes da APPO [Assembleia Popular do Povo de Oaxaca], fazem um pedido urgente aos povos de Oaxaca, do México e do mundo para que venham instalar-se no “Acampamento pela dignidade e contra a repressão em Oaxaca”, para que apareçam e defendam o povo oaxaquenho e evitemos o derrame de sangue pela falta de visão dos nossos governantes.

Todos os que desejamos uma saída política do conflito, que só acontecerá com a saída de Ulisses, poderemos formar brigadas de paz e solidariedade para proteger e salvaguardar a integridade dos oaxaquenhos, de tal forma que consigamos persuadir os cruéis pensamentos de que o sangue dará um novo rumo ao conflito.

Não podemos permitir que a saída seja a repressão.

Participemos todos no acampamento da dignidade e contra a repressão, vestidos de branco como um claro sinal de que estamos num movimento pacífico e queremos uma saída política e digna. Levemos também um lenço de qualquer cor, com a variedade de cores a significar que neste movimento estamos dispostos a proteger as nossas companheiras e companheiros.

Os acampamentos serão uma forma de expressão cultural, ao contrário da rude e estéril acção policial e militar. Oaxaca é um estado com imensa diversidade cultural, emanada de tremendas lutas ancestrais, sempre caracterizadas pela dignidade do povo. Façamos uma demonstração de que a dignidade de Oaxaca é a dignidade da humanidade.

Os acampamentos serão instalados a partir de 4 de Outubro às 12 horas, na esplanada de Santo Domingo [na cidade de Oaxaca], e serão renovados a cada 72 horas. Os participantes devem trazer cobertores, tendas de campismo, mantas, sacos-cama, cordas, guarda-chuvas e alimentos. Para mais informações podem visitar a página www.oaxacalibre.org e confirmar a participação ou enviar as suas mensagens de apoio para comunicacion@educaoaxaca.org.

Por favor ajudem-nos a difundir este comunicado e participem com a sua presença.

 

GRITEMOS NÃO À REPRESSÃO!!!

SALVAGUARDEMOS O POVO OAXAQUENHO!!!

 

 

Organizações da Sociedade Civil de Oaxaca:

Alternativas para la Equidad y la Diversidad AC, Centro de Apoyo al Movimiento Popular Oaxaqueño CAMPO AC, Centro para los Derechos de la Mujer Ñääxuiin AC, Centro de Desarrollo Comunitario Centéotl AC, Centro de Encuentros y Diálogos Interculturales AC, Centro Regional de Derechos Humanos Bartolomé Carrasco AC, Centro de Derechos Indígenas Flor y Canto AC, Centro de Derechos Humanos Ñu'uji Kandí AC, Centro de Estudios de la Mujer y la Familia AC, Centrarte AC, Coalición de Maestros y Promotores Indígenas de Oaxaca CMPIO AC, Consorcio para el Diálogo Parlamentario y la Equidad AC (Oaxaca), Colectivo Nueva Babel AC, CODICE AC Comité de Vigilancia Ciudadana, Comité Cerezo Oaxaca, CHAMIXEZACUI AC, Enlace Comunicación y Capacitación Oaxaca AC, ECCOS AC, Foro Oaxaqueño de la Niñez, Grupo de Apoyo a la Educación de la Mujer GAEM, Grupo Mesófilo AC, Ixquixochitl AC, Grupo de Mujeres 8 de Marzo AC, Iniciativas para el Desarrollo de la Mujer Oaxaqueña IDEMO AC, Liga Mexicana por la Defensa de los Derechos Humanos LIMEDDH AC, La Ventana AC, Organización de Agricultores Biológicos ORAB AC, Ojo de Agua Comunicación SC, Observatorio por los Derechos Humanos y la Democracia, PAIR A.C. Promotora de Servicios para el Desarrollo PRODER SC, PROCAO AC, Pueblo Jaguar AC, Red Oaxaqueña de Derechos Humanos AC, Servicios para una Educación Alternativa EDUCA AC, Sinergia para el Desarrollo Integral Sustentable AC, Tequio Jurídico AC, Universidad de la Tierra en Oaxaca AC, Unión de Comunidades Indígenas de la Zona Norte del Istmo UCIZONI AC, Unión de Organizaciones de la Sierra Juárez de Oaxaca


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Vejam este vídeo editado pelo jornal mexicano "La Jornada" que noticia o início do acampamento:

 

http://www.jornada.unam.mx:8080/ultimas/estatico/campamento-por-la-dignidad-y-contra-la-represion/

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publicado por Alexandre Leite às 18:01

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